Engenharia sustentável da Epiroc em Fagersta
4 de abril de 2025
RESPINGOS DE LÍQUIDO ARREFECEDOR dentro do vidro quando cada cabeçote da ferramenta eleva e baixa a haste de perfuração. Duas ferramentas semelhantes fazem roscas nelas; as mesmas roscas para ambas as pontas dos bits de perfuração, e para todos os outros bits de perfuração que a máquina já produziu e ainda produzirá. "Tudo é automatizado. Temos várias dessas máquinas e um único operador pode operar todas elas. O operador alimenta a célula com matérias-primas, e os robôs fazem o resto: carga, perfuração, trituração e giro", diz Peter Dahlberg, Gerente de Fábrica de Mercadorias Curtas.
Acima dele, há uma lâmpada verde, mas, na célula ao lado dela, uma luz correspondente está piscando em amarelo. Isso alerta o operador de que a máquina precisará de uma nova ferramenta em breve.
"As máquinas operam de seis a oito horas sem parar e, quando o processo estiver em funcionamento, a próxima tarefa do operador será fazer a medição de teste dos produtos."
ESTAMOS EM FAGERSTA, onde a Epiroc tem várias instalações de produção que fabricam ferramentas de perfuração de rocha. Essa instalação específica foi inaugurada em 2012. Foram feitos investimentos em máquinas altamente automatizadas, e a produção de bits de perfuração foi transferida da África do Sul para a Suécia. Na entrada, há um diploma emoldurado, atestando que, em 2018, a fábrica ganhou o prêmio LEAN da divisão, com a frase motivadora: Um exemplo básico de como uma abordagem sistemática à solução de problemas pode gerar melhorias drásticas, reduzir o desperdício e trazer economias reais. "A transferência da produção costumava exigir mais de cem funcionários. Agora, bastam oito", diz Peter Dahlberg.
DO OUTRO LADO da estrada está Jonas Falkeström, Gerente de Desenvolvimento de Negócios Estratégicos da Epiroc Drilling Tools. Ele observa que a instalação de Fagersta está totalmente alinhada com as ambições de sustentabilidade da Epiroc.
"A sustentabilidade está no topo da nossa pauta e, em pouco tempo, tornou-se um tópico cada vez mais importante. Em primeiro lugar, temos o ímpeto de fazermos a diferença e, quando recrutamos, muitos jovens perguntam: "O que vocês fazem pelo meio ambiente?""
Falkeström continua: "Nossos clientes vêm com exigências cada vez maiores de seus proprietários. Portanto, precisamos ajudá-los a eliminar os combustíveis fósseis, a fazer parte da economia circular, e assim por diante." A Epiroc faz isso analisando sua cadeia de valor e fazendo a si mesma uma série de perguntas: O que "integramos" ao produto e por quanto tempo ele pode ser usado? É importante sabermos onde podemos causar o maior impacto como fornecedor. "O material que usamos é reciclado? Isso faz uma grande diferença para o clima. Como é o mix de eletricidade? Aqui, usamos quase exclusivamente energia renovável de hidrelétricas.
Como transportamos nossos produtos? Aqui, estamos mudando do ar para o mar." Jonas Falkeström diz que a Epiroc faz muitas coisas certas em muitas áreas, mas que há mais a se fazer. "Uma importante área para um futuro próximo são produtos com vida útil extrema. Se nossos clientes puderem aumentar drasticamente o número de metros de perfuração, haverá muito menos tempo de inatividade para manutenção, o que fará o cliente economizar tanto em paradas dispendiosas quanto mantendo a equipe fora de ambientes potencialmente perigosos."
"Transparência! Temos que ser francos em relação a que solução de perfuração é a mais adequada às condições atuais, à vida útil do produto e ao custo. E, para entendermos as necessidades dos clientes e fazermos cálculos confiáveis, precisamos saber seus custos operacionais. Queremos que os clientes sejam exigentes conosco. Dessa forma, podemos fazer grandes progressos juntos na mineração sustentável."
Quando ele fala com os clientes, fica claro o que é mais importante para eles: produtos que duram e que perfuram de maneira tanto rápida quanto reta. A retidão é uma exigência crescente, com grande importância em todo o ciclo de mineração. É uma questão de ter os furos exatamente como o design de perfuração, especialmente porque, à medida que as minas se aprofundam, aumenta o estresse da rocha. Assim como Jonas Falkeström, Fredrik Gransell também ressalta a expectativa de vida útil.
"Graças à nova tecnologia, podemos alcançar uma vida útil extrema para nossos produtos, o que pode aumentá-la em dez vezes, fazendo com que o bit de perfuração raramente precise ser substituída. Isso gera novas possibilidades de automação e faz com que o operador pode ser retirado de ambientes perigosos."
"Ao comprar aço à base de sucata produzido usando energia de hidroelétricas, a Epiroc conseguiu reduzir as emissões de carbono em mais de 40 mil toneladas por ano."
"Uma parte importante da estratégia de gestão total de resíduos é envolver nossos parceiros de negócios em nosso trabalho LEAN no fluxo de informações, para produzir exatamente o que os clientes precisam e entregar quando necessário. Dessa maneira, minimizamos a quantidade de material e produtos obsoletos, além de estoque e transporte desnecessários."
Outra parte da estratégia é oferecer aos clientes ajuda na reciclagem futura de seus bits de perfuração usados."
"Os clientes gostam quando assumimos a responsabilidade. Assim, podemos economizar dinheiro e garantir o fornecimento de materiais. No longo prazo, queremos envolver ainda mais os clientes, para melhorarmos ainda mais a fabricação e o transporte nos aspectos necessários", diz Yibin Wei.
Anna Grubb, Gerente do Centro de Distribuição
"Em toda a Epiroc, são feitos esforços coordenados para dinamizar nossa cadeia de suprimentos. O fluxo de ferramentas de perfuração de rocha precisa garantir que a produção dos clientes nunca fique paralisada, mas há mais a se fazer para tornar a distribuição o mais inteligente possível."
Ela continua: "Um ano e meio atrás, 40% das entregas eram feitas por ar e 60% por mar. Agora, essa proporção é de 10/90. O envio de produtos uma vez por semana, em vez de uma vez por dia, exigiu uma grande reorganização e um tipo diferente de gestão de estoque. Quando nos preparamos para o carregamento de caminhões, fazemos isso por país, não pelo tipo de mercadoria, para minimizar o manejo de mercadorias.
Para dinamizar o fluxo de mercadorias, e progredir ainda mais em nosso trabalho de sustentabilidade, estreitamos a cooperação com nossos Centros de Atendimento ao Cliente em todo o mundo, para que eles nos enviem previsões mais exatas. Dessa maneira, evitamos ter muitas entregas pequenas, ou Centros de Atendimento ao Cliente fazendo pedidos excessivamente grandes.
"Para uma melhor precisão, a Epiroc está desenvolvendo um aplicativo de gerenciamento inteligente de estoque, que facilita para que os usuários finais prevejam necessidades futuras de ferramentas de perfuração de rocha. Esse pode ser outro importante elemento fundamental de desenvolvimento para a Epiroc em seu trabalho geral de sustentabilidade", diz Anna Grubb.
Perguntas frequentes
Ingrid Bengtsson, Gerente de SHEQ,
divisão de Ferramentas de Perfuração de Rocha da Epiroc, Fagersta, Suécia
Há muitos aspectos da sustentabilidade na produção, tanto interna quanto externa. Na Epiroc, em Fagersta, a SHEQ adota uma abordagem unificada.
Descreva sua função na organização.
"Eu lidero um grupo que trabalha com segurança, saúde, meio ambiente e qualidade. O grupo inclui três engenheiros de qualidade e um laboratório, onde testamos e certificamos a qualidade dos produtos. Isso pode envolver a verificação de unidades de medida e tratamento térmico. Tanto o número de reclamações quanto o número de produtos descartados na fabricação diminuíram. A alta qualidade reduz o risco de atrasos na entrega."
E também beneficia o meio ambiente?
"Com certeza. Usamos menos materiais e evitamos o transporte extra oriundo das reclamações."
O que mais a Epiroc faz, aqui em Fagersta, pelo meio ambiente?
"O principal desafio é alcançar uma produção com eficiência energética, além de aumentar a parcela de energia renovável. Agora, estamos com 96% de energia renovável. Em geral, energia hidrelétrica certificada, mas também há um pouco de energia eólica. Além disso, estamos analisando como podemos reutilizar o calor do tratamento térmico, por exemplo, vendendo-o para a usina de aquecimento distrital ou usando-o como aquecimento de piso."
Qual é o seu ponto de vista com relação à segurança?
O principal objetivo é reduzir o número de quase acidentes e acidentes na produção. Uma maneira de fazer isso é garantir que os funcionários não sejam expostos a situações perigosas, e a automação tem ajudado muito. A necessidade de elevação de cargas pesadas também foi reduzida. Para garantir que todos estejam cientes dos riscos e de como evitá-los, trabalhamos com quadros de avisos de segurança instalados em vários locais de produção. Informações importantes são publicadas neles, e fazemos reuniões regulares. Também melhoramos o procedimento de relato de quase acidentes e acidentes. Estatísticas precisas são um fator primordial para o trabalho de melhoria."