Epiroc - Mining and construction Exploration

Analisando as profundezas

6 de outubro de 2025

​A necessidade de novos metais e minerais vem aumentando constantemente e, para atender a essa demanda, é necessária uma exploração mais focada. Como chegamos lá?

Magnus Ericsson, Professor de Economia Mineral, Universidade de Tecnologia de Luleå.

A informação é o segredo do sucesso. Isso é algo que Magnus Ericsson sabe muito bem. Na década de 1980, ele foi um dos fundadores do Råvarugruppen, que reunia continuamente relatórios anuais de empresas de mineração em todo o mundo, compilando tudo em um banco de dados unificado.

"Isso se tornou uma fonte singular de conhecimento que permitiu que a indústria se planejasse melhor para o futuro", diz Ericsson, que ainda comanda a empresa, agora chamada de RMG Consulting.

 

Hoje, a necessidade de conhecimento é, no mínimo, tão grande quanto era naquela época, e talvez ainda mais aprofundada. Tanto no sentido figurado quanto no literal. Porque o que há debaixo da terra precisa ser descoberto de forma sustentável se o mundo quiser lidar com a transição energética e de materiais para o futuro.

"Agora, é necessário ir mais fundo para encontrar depósitos, pois os minérios de alto valor mais facilmente acessíveis já foram extraídos, e talvez seja necessário trabalhar em áreas completamente diferentes das que eram as tradicionais fontes de materiais. Isso dificulta e encarece o trabalho."

Magnus Ericsson ,Professor de Economia Mineral, Universidade de Tecnologia de Luleå

A prospecção inovadora é crucial para o sucesso, diz ele. E é exatamente aí que está a relevância da pesquisa que ele realiza, em sua função de Professor de Economia Mineral na Universidade de Tecnologia de Luleå. Ericsson acredita que as despesas com exploração raramente estão ligadas à demanda, mas que acompanham flutuações no preço dos metais durante o ano anterior.

 

"Quando os preços sobem, aloca-se mais dinheiro para a prospecção. E, quando caem, aloca-se menos. Não é a abordagem ideal. O que devemos fazer é analisar melhor a real necessidade de metais para o futuro", diz ele.

O motivo disso são os desafios associados à prospecção. Os custos são altos, e não há muitas garantias. De acordo com Ericsson, são necessárias mais pesquisas e desenvolvimento para tornar a exploração mais inteligente e mais barata. A redução dos conflitos ao redor do mundo também ajudaria, pois a paz torna os depósitos potenciais mais exploráveis.

"Idealmente, deve haver uma clara tendência de crescimento ano após ano no investimento. Se não houver, isso significa que há pouca prospecção acontecendo", explica ele.

Errol Smart, ex-CEO da Orion Minerals.

Errol Smart, ex-CEO da Orion Minerals, na África do Sul, concorda. Ele descreve a situação atual como "uma corrida para descobrir e desenvolver novas minas", tudo isso em um momento depois de a indústria vivenciar "décadas de subexploração".​

"Por causa disso, estamos em uma situação em que o suprimento atual de minerais não é capaz de atender às necessidades do mundo."

 

Smart, que trabalhava em uma empresa focada em operações de mineração na província do Cabo, ao norte, acredita que a exploração é um desafio especial para os investidores, pois exige que eles invistam dinheiro em algo que demora muito para gerar retorno. Isso se houver retorno.

 

A organização setorial Minerals Council South Africa, de cuja diretoria Errol Smart faz parte, está fazendo sua parte para destacar as condições enfrentadas pelos operadores de minas.

 

"Os investidores precisam saber que estão investindo dinheiro em um ambiente estável, onde as leis e os impostos não mudam da noite para o dia. A prospecção é estimulada por regulamentos claros e confiáveis, onde todos sabem o que se aplica", diz Smart.

 

Na opinião dele, o fato de haver pouca prospecção atualmente é preocupante, mas não representa um problema sem solução. O mundo precisa se manifestar pela renovação da indústria, e novas tecnologias podem ajudar.

 

""A prospeção é, em grande parte, um processo baseado em dados", diz Smart. "Coletamos muitas informações, e quanto mais dados tivermos, mais análises precisamos realizar. E isso é positivo, porque a tecnologia que temos agora à nossa disposição nos permite sermos muito mais eficientes e precisos."

Errol Smart ,Ex-CEO da Orion Minerals

Tatiana Aguilar, Responsável Central pela Indústria de Mineração e Metais, Fórum Econômico Mundial​.

De acordo com Tatiana Aguilar, uma das principais responsáveis pela Indústria de Mineração e Metais no Fórum Econômico Mundial (FEM), as coisas estão decolando de fato. Quando a organização lançou dois desafios abertos de inovação durante 2024-2025, direcionados a startups e universidades, muitas ideias promissoras foram apresentadas. Várias delas utilizavam IA.

 

"Portanto, é correto dizer que a IA já está transformando a exploração mineral ao aumentar a eficiência, reduzir custos e melhorar a tomada de decisões", diz Aguilar.

 

Isso é necessário porque a exploração é o que ela chama de "espinha dorsal do ciclo de minerais":

 

"A exploração de alta qualidade possibilita um melhor design da mineração, levando a um desempenho mais sustentável, maior eficiência e um entendimento mais profundo do solo."

 

Tatiana Aguilar enfatiza que a situação atual, com o aumento da demanda por novos minerais e metais, oferece ao setor uma excelente oportunidade de redefinir seu papel, permitindo assumir a responsabilidade por um futuro sustentável.

 

"Ao se envolverem de maneira transparente com a sociedade civil, legisladores, inovadores e instituições de desenvolvimento, o setor pode fortalecer a confiança e desenvolver parcerias de longo prazo", diz ela.

 

A colaboração global é essencial para o sucesso. O FEM auxilia no estabelecimento desses diálogos, com o objetivo de propiciar o aumento da prospecção e oferece até espaços de colaboração mais concretos.

"A colaboração é essencial para enfrentar esses desafios, pois nenhum país é capaz de garantir, de forma independente, um fornecimento estável e sustentável, e nenhuma empresa individual é capaz de criar uma cadeia de valor resiliente."

Tatiana Aguilar Key ,Responsável pela Indústria de Mineração e Metais, Fórum Econômico Mundial​

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